Depois de uma luta sem trégua, lideranças do movimento pela vinda do gás à Araranguá comemoram assinatura de convênio
Araranguá – A luta pela vinda do gás natural para Araranguá é antiga e sem tréguas. Há sete anos, o empresário Geraldo Magela era o presidente da Aciva – Associação Comercial e Industrial do Vale do Araranguá, e resolveu abraçar a causa do movimento, sendo uma das principais lideranças. Ele conta que na época, tanto a Petrobrás quanto a SC Gás colocavam um empecilho na vinda do produto para Araranguá: “Eles exigiam consumo mínimo, que na época, a Pagé garantia”, conta. Hoje, a indústria está estabelecida na região de Criciúma, e o consumo mínimo na cidade não está mais garantido. Para ele, o gasoduto ainda não chegou em Araranguá por questões políticas – ele diz que este é o motivo pela qual os canos instalados na época para levar o gás a Criciúma não passaram por Araranguá: “A canalização passa pela região de Meleiro, no morro, onde não há indústrias para abastecer”, critica. Há dois anos, novas tratativas quase trouxeram o gás para a cidade, e mais uma vez, o alarme foi falso: o Presidente da SC Gás, na época, Becker, achou caro e difícil: “Pouco tempo depois, um posto de combustível de Turvo tubulou, e trouxe o gás para a empresa”. Por isso, o empresário decidiu fazer como o lendário São Tomé: “Só vendo pra acreditar”.
Mesmo com a dúvida, o empresário diz que a assinatura da licitação do projeto da vinda do gás natural para a cidade é algo muito positivo: “Somos a região mais pobre do Estado, e a culpa disso é a falta de infra-estrutura. Precisamos de mais, mas o gás é uma parte importante dos investimentos necessários ao desenvolvimento da região”. Ele lembra que a saída da Pagé, que consumiria cerca de 95% do gás dirigido para a região, representa uma carência, que deverá ser suprida em dois ou três anos, com a implantação de novos postos de gasolina e indústrias atraídas pelo gás, que devem se fixar na cidade. Apesar da empresa dele, moveleira, não utilizar o gás natural, ele torce pela efetivação da assinatura: “Isso beneficia toda região, e faz o dinheiro girar”, diz. Para ele, a vinda do gás, junto com a duplicação da BR 101, a ampliação do Porto de Imbituba e o acesso ferroviário ao porto são fundamentais para a garantia de uma vida melhor na região, com mais desenvolvimento.
Empresário Geraldo Magela acha que região será beneficiada com a vinda do gás
Outro precursor do movimento pela vinda do gás à Araranguá é o empresário araranguaense Alveri Aguiar de Sá. Para o empresário, que lutou ao lado de Magela e outras lideranças no pleito, o anúncio traduz alívio e boas perspectivas futuras. Ele conta que há dois anos, quando esteve à frente da 22ª Secretaria de Desenvolvimento Regional de Araranguá, estava tudo pronto para a instalação, e por isso, não se surpreende com a novidade: “Os papéis estavam assinados, a pesquisa elaborada, faltava mesmo só a celebração da licitação”, comemora. Para ele, que empresaria postos de combustíveis, a idéia vai render lucros: ele garante a implantação de pelo menos um posto de gás combustível na cidade.
Um dos precursores do movimento, Alveri Aguiar de Sá diz que irá instalar o gás veicular nos postos que administra
Ele confirma a versão de Magela sobre a ausência de demanda na região, com a saída da Pagé, e diz que a exigência permanece, com uma diferença: “O Governo do Estado estará subsidiando a diferença, até que a demanda seja suprida naturalmente pela região”. Para o empresário, o gás é o primeiro passo para o desenvolvimento na região, junto com a ampliação da rede de energia elétrica, que deve ser usada para abastecer empresas. Alveri trouxe novidades no assunto: segundo ele, o projeto da Petrobrás é canalizar o gás para abastecer residências, o que deve acontecer após a conclusão do projeto de instalação do gasoduto em todos os Estados brasileiros.
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