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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

HISTÓRIA DE VIDA - Presidente da ADAVA quer ajuda para concluir estudos

Faltam dois anos para término do curso de Pedagogia. José ficou cego depois de adulto, e perdeu a profissão de artesão

Araranguá – “Se para uma pessoa normal, o emprego ta difícil, imagina para um homem cego como eu”. A observação é do aluno de pedagogia José Lopes, 43, que perdeu a visão há sete anos, motivado por um glaucoma raro, que não traz sintomas, e por isso, não pôde ser prevenido: “Perdi o olho esquerdo do dia pra noite, e a visão do olho direito foi se perdendo, até ficar completamente cego, em seis meses”, lamenta. Em função disso, o morador do Lagoão, que é casado e tem três filhos, teve que aprender a conviver com a cegueira, e também com o preconceito. Artesão, o homem que só vê escuridão não consegue um emprego, e tem dificuldades para sustentar a família e os estudos.

Há um ano e meio, a luta do presidente da ADAVA – Associação dos Deficientes Visuais de Araranguá tem sido para pagar o curso de Pedagogia à Distância, que ele freqüenta na Fucap, no colégio Murialdo. O aluno é destaque na turma de 26 alunos, e caso consiga a segurança necessária para chegar até o fim do curso, será o primeiro cego formado em Pedagogia em Araranguá.

Segundo a professora de Braile de José, Ilvelena Fernandes de Freitas, o curso custa R$ 180 por mês, e foi bancado até hoje com a colaboração da comunidade: “Mas todo mês é uma luta”, reclama. Ela conta que já enviou emails contando o problema do aluno para vereadores da cidade, deputados estaduais e federais e até para o presidente da República: “A resposta é sempre a mesma: dizem pra gente pedir o apoio para a comunidade”, lamenta. A professora diz que o aluno é dedicado, e que só tem boas notas: “Um exemplo de luta e uma grande história de vida, que merece um final feliz”.



Professora de braile apela para população no auxílio ao aluno cego, que deve ser o primeiro professor cego em Araranguá

Para o estudante, garantir o final do curso é mais que uma boa solução: “Isso representa tudo pra mim, é a esperança de uma profissão e da retomada da vida”, diz. Interessados em ajudar podem ligar para a Adava, no fone (48) 3524-5141 ou para Ilvelena, na EEB Castro Alves, fone (48) 3522-1197


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