Primeira fuga da instituição, que iniciou os trabalhos na última semana, não surpreende equipe, que diz estar preparada
Araranguá – Menos de uma semana após a chegada dos primeiros hóspedes, a Casa de Semi-Liberdade Arte & Vida passa pela primeira fuga de jovens infratores.
O fato aconteceu por volta das 22h desta quarta-feira (29), quando após conferir se todos os menores estavam dormindo, no quarto, os educadores sociais saíram do cômodo para fechar janelas, apagar as luzes e levar um medicamento para um dos menores. Em menos de cinco minutos, a fuga aconteceu, quando os jovens infratores RSM, 16, JA, 15 e CSM, 16 aproveitaram a ausência dos monitores, abriram a janela do quarto, pularam e fugiram. Enquanto praticavam a fuga, outros menores avisaram aos responsáveis, que imediatamente chamaram a Polícia. Perseguidos, os menores chegaram a entrar numa casa, onde quebraram telhas, e acordaram a família com o barulho. Avisada, a Polícia conseguiu capturá-los em menos de meia hora após a fuga: “São grandes parceiros nossos”, elogia a coordenadora.
Menores fugiram pela janela do quarto, mas foram recapturados rapidamente pela Polícia Militar
Para Vera, a fuga dos menores não é nenhuma novidade: “Já estávamos preparados para isso”, garante. Ela não descarta a instalação de grades e portões na Casa, mas diz que não acredita que isso solucione definitivamente o problema: “É um regime de semi-liberdade, não há prisões”, lembra. A coordenadora explica que muitos menores fogem para consumir drogas, já que a maioria é usuário: “É o caso desses três”, disse. Dos três fugitivos de ontem, CSM e RSM já tinham passado pelo regime de semi-liberdade como medidas sócio-educacionais.
PROVIDÊNCIAS – Mal o dia nasceu e a coordenadora já estava na Casa, reunida com a equipe. Ela diz que chamou os pais dos menores fugitivos, e junto com eles, decidiu medidas disciplinares contra os três, que ontem, passaram o dia na faxina da Casa, sem direito à televisão, cigarros ou atividades desportivas. Os jovens também foram encaminhados para a psicóloga e a assistência social. Vera lembra que os maiores prejudicados são os próprios internos, que além das ações que provocaram a internação, terão ainda que responder pela fuga. Ela tranqüiliza a comunidade: “Estamos preparados para isso, e esperávamos por isso. Não que não estejamos decepcionados, pelo trabalho que fazemos por eles, mas sabíamos da probabilidade disso acontecer. Nossa equipe é preparada, e como sempre, trabalhamos de formas diferentes com diferentes perfis de adolescentes infratores”, finalizou.
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