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domingo, 16 de setembro de 2007

INCENDIÁRIO - Homem acusado de incendiar casas no Arroio nega versão

Ele diz que não queimou nenhuma casa, e que o que devia já pagou na Justiça. Delegada diz que ele trazia produto furtado da casa, e que prisão foi em flagrante

Araranguá – “Não queimei casa nenhuma, e sou inocente nessa história”. A afirmação é do morador do bairro Erechim, no Balneário Arroio do Silva, Marco Antônio Gomes, 46. Ele foi preso na madrugada desta segunda-feira (27), acusado de provocar o incêndio em uma residência do município. No flagrante, feito pelo delegado Andre Gazoni Couto, que estava de plantão naquela noite, policiais encontraram uma faca em posse do acusado. Além disso, o homem teria um mandado de prisão expedido pela Polícia gaúcha, por homicídio e roubo com lesões corporais.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Sul, no Presídio Regional de Araranguá, Marco Antônio disse que não é o autor dos incêndios no Arroio, que já destruíram sete residências apenas neste mês. Ele diz não saber onde os fatos aconteceram, e nega qualquer envolvimento na questão. O gaúcho, que mora no Balneário há oito anos, diz que trabalha com a família na produção e venda de produtos de limpeza, e que caso estivesse em dificuldades financeiras, com certeza receberia a ajuda da família: “Por que queimaria as casas de clientes que compram meus produtos? Isso não faz sentido”, diz. Quanto ao mandado de prisão, ele nega que deva qualquer coisa para a Justiça: “Matei um homem numa briga, em 1986. Confessei o crime, e fiquei preso até 1991, quando fui liberado pelo induto de Natal”, conta. Disse também que a arma branca que usava seria para a defesa própria: “Tenho alguns inimigos pelo Arroio”, conta. Para ele, apenas a arma pode ser o motivo da prisão: “Nem sabia dessa coisa do incêndio. Deus me livre, não fiz nada disso”, disse para a reportagem. Ele não soube explicar o porque de estar com o cortador de grama da casa incendiada: “Não sei do que você está falando”, desconversou.

Marco diz que foi alcoólatra, e que o vício o meteu em grandes confusões. O relacionamento com a ex mulher, com quem tem três filhos, acabou. Também tem uma bala alojada na coluna, e luta pela aposentadoria: “Até me internei numa clínica de alccolatras pra ver se conseguia o aposento, mas não deu”, conta.

Polícia contesta - A versão do acusado é contestada pela Polícia, que reafirma que Marco é um dos responsáveis pelos incêndios que acontecem no Balneário. Segundo a Delegada Eliane Viegas, da 1ª DP, ele teria sido preso em flagrante, após a denúncia de populares, que afirmam terem visto o homem saindo da casa em chamas, com o cortador de grama nas mãos. No ato da prisão, ele tinha apenas a faca, mas no dia seguinte, o cortador foi encontrado na casa da namorada dele. Quanto ao mandado de prisão, ela confirma que ele pode ter pago pelos crimes que cometeu, já que não está mais ativo no sistema. De qualquer maneira, explica a Delegada, o motivo da prisão não está diretamente relacionado com o mandado, e sim com o incêndio no Arroio, do qual é apontado como autor, além de ser investigado sobre a participação em outros incêndios no município. Diz também que estranha o fato dele alegar que não sabe porque está preso: “È praxe fazer a Nota de Culpa no ato da prisão, e um direito do preso. Com certeza, ele sabe o motivo. As provas são contundentes”, afirma. Para ela, a prisão de Marco é apenas um fio no embaraçoso caso de incêndios no Balneário: “São muitos autores”, acredita. Este ano, dois adolescentes e um maior foram presos por incendiar casas no Balnéario. Os dois menores já cumpriram medidas sócio-educativas num dos Centros de Internamento Provisórios do Estado, e o maior responde inquérito policial. A prisão de Marco Aurélio foi o primeiro flagrante por incêndio no Arroio do Silva, neste ano.

Atear fogo em propriedades públicas e privadas é crime, previsto no artigo 250 do Código Penal. A pena é de três a seis anos reclusão.

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