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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Crime - Homem tenta matar concorrente com uma adaga

Tentativa de homicídio aconteceu ontem, no final da tarde. Vítima está no hospital, e não corre risco de morte.

Araranguá – Uma antiga desavença entre dois proprietários de bares geminados que funcionam há mais de dez anos resultou numa tentativa de homicídio no final da tarde de ontem, no bairro Barranca.

Tudo começou quando o proprietário do bar Figueira, Bruno Maciel, 48, resolveu ir até o bar de Itamar Antônio Espíndola, 45, o Alemão, segundo ele, para fazer amizade: “Eu pedi cerveja, ele não me serviu. Aí eu enfiei uma adaga nele”, conta o autor, que consentiu em falar com a reportagem do Correio do Sul na Central de Polícia. A cena foi testemunhada pelo pedreiro V.S., 40, que conta: “Saí do trabalho, fui no mercado e recém tinha chegado no bar, quando tudo aconteceu. Ele pediu a cerveja, o Alemão não serviu. Aí eles discutiram, o Alemão no balcão. O Bruno esfaqueou ele por fora do balcão”, descreve.

Chão do bar ficou molhado do sangue da vítima, que trabalhava no momento do crime

A adaga de cerca de 40 cm entrou no peito da vítima, que foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Araranguá. O estado é estável e não corre risco de morte. Segundo o delegado Jorge Giraldi, o autor foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio e deve aguardar decisão judicial no Presídio Regional de Araranguá.
Adaga de cerca de 40 cm acertou o peito de Alemão, que não corre risco de morte

Desavença - Estudante leva três tiros e duas facadas do amigo





Testemunhas afirmam que autor teria almoçado com o morto naquele dia. Crime apresenta duas versões.

Araranguá – Uma antiga amizade terminou ontem, após uma desavença que provocou a morte de Matias de Souza Jesus, 19, após uma discussão na Vila Batista, onde morava. Tião, como era conhecido, levou cinco tiros disparados pela arma empunhada pelo amigo, o pintor Jairo Teixeira, 24, com quem conversava tranquilamente poucos minutos antes do incidente. Dos cinco tiros, dois projéteis atingiram as costas e uma bala transfixou o braço direito da vítima.

Há duas versões para o crime. Na primeira delas, Jairo teria atirado no amigo porque ele teria tentado agarrar a filha de seis anos do acusado. A outra versão diz que os dois brincavam com a criança, quando Jairo entrou em casa, e sem motivo algum, voltou da residência já com a arma em punho e atirou contra o amigo.

Com os disparos, a vítima foi encaminhada ao Hospital Regional de Araranguá, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Segundo o delegado Jorge Giraldi, tanto a vítima quanto o autor teriam passagens pela Polícia: “A vítima já foi presa por porte de arma e violência doméstica, e o autor já cumpriu pena por tráfico de drogas”, conta. Apesar do trabalho de investigação da Central de Polícia, até o fechamento desta edição, o autor continua foragido.

Utilidade - Delegacia da Mulher presta atendimento psicológico

Em quase um mês de prestação do serviço, psicóloga trabalha em 12 casos, cinco dos quais já foram resolvidos. Visitas domiciliares fazem parte do projeto que visa resolver conflitos dentro das famílias.

Araranguá – Ao procurar a delegacia, muitas mulheres vítimas de violência doméstica buscam mais do que a intervenção policial: elas pedem ajuda psicológica, e querem uma intervenção no sentido de conciliar para resolver o problema. Pensando nisso, a delegada Eliane Viegas, responsável pela Delegacia da Mulher, em Araranguá, aprovou o projeto apresentado pela investigadora policial e psicóloga Selma Dagostim, que visa trabalhar as famílias envolvidas em problemas de violência doméstica no município. Apesar do pouco tempo, a idéia já mostra estar dando certo: em menos de um mês de atuação, o serviço trabalha 12 casos, sendo que cinco já tiveram um desfecho: “Cada um compreendeu o seu papel no conflito. Dentre os casais, três separaram e dois decidiram permanecer juntos”, conta a psicóloga.

Além das consultas na sala especialmente preparada na Delegacia da Mulher, a psicóloga também presta atendimento domiciliar, em casos de famílias que não podem ou resistem ao tratamento familiar: “Os homens são mais resistentes, inclusive na decisão sobre uma possível separação. Por isso, muitas vezes transferimos o consultório para a sala de visitas da família”, justifica.

Serviço é gratuito, e pode ser feito na casa das famílias vítimas de violência doméstica


Apesar da resistência, os homens também procuram o serviço. Na última semana, foram dois casos: num deles, a mulher abandonou a casa, e no outro, a esposa deu uma surra no marido: “Neste ou em outros casos, o agressor também é encaminhado a tratamento. O que estamos fazendo aqui é uma adequação à Lei, que prevê assistência a essas famílias”, diz.

Para a delegada Eliane Viegas, a idéia está dando tão certo que já está em fase de elaboração um projeto que pretende integralizar as ações do consultório psicológico da DM com outras instituições e entidades que trabalham com o assunto: “O trabalho da polícia não pode se resumir às prisões, a prevenção também é essencial. Somos humanos, precisamos estimular a harmonia nas relações humanas. A solução é a rede de atendimentos, porque nada funciona de maneira isolada”, argumenta.

Para receber a assistência, a mulher agredida ou qualquer membro da família pode procurar a Delegacia da Mulher. Não é necessário registrar a ocorrência. A consulta ou a solicitação da visita domiciliar pode ser agendada na sede da DM de Araranguá, na rua Regimento Barriga Verde, 800, em prédio anexo à Delegacia Regional. Maiores informações pelo fone (48) 3524-0303 ramal 230.

Feliz Natal - Internos da Semiliberdade constroem Presépio

Eles utilizaram materiais encontrados no terreno, e embelezaram a Casa
para o Natal.


Araranguá – A Casa de Semiliberdade Arte e Vida, destinada a receber
menores infratores, está toda enfeitada para o Natal. Os ornamentos,
feitos em sua maioria com materiais encontrados no pátio da
instituição – como galhos de árvores, folhas e flores secas, barbas de
velho e outras especialidades da natureza – foram elaborados
integralmente pelos seis jovens que hoje freqüentam a Casa, com a
ajuda dos educadores sociais. Com esses materiais, os meninos
conseguiram construir o Presépio, onde um menino Jesus dorme tranquilo
no berço de palha, assitido por uma Maria de trajes simples, ladeada
pelos tradicionais personagens da tradição católica.

Para a maioria dos menores, o ato de enfeitar o lugar onde vivem para
comemorar o Natal foi uma experiência inédita: "Eu nunca fiz um
Presépio desses em casa, foi bom.Agora, sim, dá vontade de cuidar das
coisas da gente", conta J.A., 15, na Casa há três meses.

O colega A.F., 14, concorda. Para ele, a experiência foi muito boa:
"Aproveitamos tudo o que tinha no terreno, o grupo decidiu assim, e
também fomos nós quem buscamos o material, cortamos os coqueiros e
preparamos os enfeites", conta. Há 2,5 meses na Casa, ele diz que vai
sair diferente: "A gente sai daqui pensando em ajudar a família e
ficar ao lado de quem a gente gosta", diz. Ele não deixa de aproveitar
a presença da reportagem do Correio do Sul para mandar um recado para
a namorada F., de 12 anos: "Quero que ela tenha um Feliz Natal, e que
saiba que vou sair daqui pra ser um cara melhor", promete.

Para a coordenadora da Casa, Vera Screminn, a empolgação dos meninos
têm razão de ser: "Aqui eles conhecem regras, e passam a ter mais
compromisso com suas atitudes", diz. Os finais de semana são vazios na
Casa, que já encaminha os menores para passar os dois dias com as
famílias, que também recebem atendimento psico-social. Desde o início
das atividades da Casa, em setembro deste ano, nenhum jovem infrator
internado voltou para a instituição após o cumprimento da medida
sócio-educativa.

A programação de Natal será intensa na Casa, com a festa natalina
entre os seis internos, funcionários e famílias. Além do amigo secreto
e da ceia de Natal, eles participarão de uma celebração ecumênica para
comemorar o nascimento de Jesus. Também está sendo pleiteado junto ao
juiz responsável a possibilidade dos menores passarem Natal e
Reveillon nas casas das famílias. Já para a temporada de férias e de
verão, a Casa deve funcionar normalmente, com escalas de plantão e
atendimento.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Conquista - Araranguá retoma ginásio do Bolha

Depois de anos na Justiça, prefeitura consegue recuperar imóvel e se prepara para a reforma.

Araranguá – Depois de uma longa trajetória na Justiça, a prefeitura de Araranguá conseguiu retomar o Ginásio Municipal João Mário Canella, o Bolha, invadido pelo casal A.D.L e L.C.J. desde o início dos anos 2000.

Segundo o procurador da Dívida Ativa da prefeitura, Robson Adriano da Silva, a administração municipal identificou a invasão ainda no início do mandato do prefeito Mariano Mazzucco, no início de 2005. Desde então, várias tentativas de acordo para a desocupação foram feitas, sem resultado. Em outubro do mesmo ano, a prefeitura entrou com uma ação de reintegração de posse, já que o local era usado como residência, e o casal explorava a quadra e o bar em benefício próprio. Além disso, a água era paga pela prefeitura. Em novembro daquele ano, o juiz da 2ª Vara, Pedro Aujor Furtado Júnior, consolidou um acordo entre as partes, que regularizava o prazo de 160 dias para a família desocupar o imóvel: “O prazo era até maio de 2006, e não foi cumprido. Em junho do mesmo ano, entramos com um pedido de cumprimento da sentença. Precisamos de força policial, mas enfim a família se retirou, em agosto deste ano”, explica o procurador.

Reforma – Com a saída da família invasora, a prefeitura pôde ter uma idéia do estrago do local: muitas goteiras no teto, piso mal colocado, com pregos, que impossibilitam a prática de esportes, banheiros necessitando manutenção. O prefeito Mariano Mazzuco não contou tempo: encaminhou ao departamento de engenharia da prefeitura a ordem para o projeto de reforma, e agora, a quadra foi retirada para rápida substituição: “Autorizei que o local fosse cuidado, com a reforma, mesmo que básica, para que o ginásio fique em condições de uso”, diz. Segundo o prefeito, a população ganha com a recuperação do único ginásio municipal da cidade: “Este ano ainda, tivemos dificuldades para conseguir o espaço para as competições dos campeonatos municipais. Trocamos de local na última hora. Com o Bolha recuperado, este problema não deve mais acontecer”, garante. Para ele, a recuperação do ginásio é muito importante: “Precisamos oferecer à nossa juventude opções agradáveis de ocupação. Neste sentido, o esporte desenvolve aptidões do jovem atleta, que desenvolve aptidões e o senso do trabalho em equipe. Quanto mais ginásios e quadras de esportes no município, melhor”, afirma.

Comemoração – Também para os atletas, a recuperação do Bolha é motivo de comemoração: “É uma reconquista a ser celebrada, já que somos carentes em espaços físicos para a prática de esportes”, garante o coordenador do Projeto na Escola, Paulo Dias, 44. Para o atleta, que participou de muitos jogos no local, na década de 90, a reabertura do Bolha para o público representa possibilidades. O professor, que coordena 500 alunos de sete escolas municipais no projeto voltado para o esporte, está animado: “Depois da reforma, teremos condições trabalhar diversas modalidades, já que a quadra é polivalente”, garante. O prefeito confirma: “Com certeza, o Bolha será usado pelas crianças do Esporte na Escola, e pela comunidade em geral”, finaliza.

Incêndio - Duas estufas queimam no feriado



Numa delas, família de agricultores lamenta a perda da produção do fumo. Temporada é marcada por até cinco incêndios em estufas por dia.



Araranguá – Com a abertura do período de secagem das folhas do fumo, aumenta o número de incêndios em estufas na região.

Para o pequeno agricultor – que somam a maioria no Vale – a perda de uma colheita pode significar dificuldades por um longo período.

Assim será para a família dos agricultores Pedro Jesuíno da Silva, 54 e Odete Pereira da Silva, 53, que há 29 anos plantam fumo na pequena propriedade no bairro Polícia Rodoviária. Eles perderam 650 varas de fumo – que correspondem a 50 arrobas – durante um incêndio na estufa onde o produto secava: “Não sei o que aconteceu, os canos e funis tavam bons. É uma pena”, lamentou a mulher, que pela primeira vez teve uma estufa queimada. “Tem um seguro, mas é pouca coisa”, conta o agricultor, que calculou o prejuízo em R$ 4 mil. Mesmo com o susto, o casal pretende continuar com a plantação de fumo: “É a única lavoura que dá alguma coisa, mas dá muito trabalho e despesa”, diz o homem, que deve alugar um galpão para secar as próximas colheitas, que devem somar ainda mais dez estufadas de fumo.



Para conter o incêndio, Bombeiros gastaram mais e três mil litros de água. A fumaça da queima chegou a invadir a pista na BR 101, mas foi rapidamente dissipada.

Durante o feriado, um outro agricultor, desta vez do bairro Sanga da Toca, teve a estufa de fumo completamente destruída. Também neste caso, os homens do Corpo de Bombeiro de Araranguá gastaram três mil litros de água para conter as chamas.

Segundo o Soldado Bombeiro Nilton, que já trabalhou numa empresa que recebe o fumo, os incêndios nesta época acontecem por causa do período de cura: “A folha cai em cima do duto que dissipa o calor, e produz o incêndio”. A temporada está apenas começando. Segundo o Corpo de Bombeiros, no ano passado, durante os meses de novembro e dezembro, chegaram a acontecer até cinco incêndios em estufas de fumo por dia.

Mobilização - Escolas públicas participam de gincana ecológica

Objetivo é colher material reciclado, para reverter em benefício de duas creches da cidade.

Araranguá – Escolas públicas municipais e estaduais participam durante esta semana da 1ª Gincana Solidária Yamaha. Segundo o idealizador do evento, Jairo Gomes, 43, a idéia é reunir consciência ecológica e solidariedade entre os alunos da rede, e converter em doações para as creches Ninho do Amor Perfeito, da Aprosa – Associação de Senhoras de Araranguá e Cantinho do Amor 2, mantido pela Associação de Moradores da Vila São José.

Com a parceria de comerciantes do Calçadão e da CDL, a gincana vai premiar as escolas cuja arrecadação de garrafas plásticas e latas for maior: “O material será pesado, e em seguida vendido, para a compra dos produtos de necessidades básicas das creches”, explica o organizador. A idéia agradou direção e alunos das EBM Nova Divinéia, EBB Dolvina Leite de Medeiros, EBB Castro Alves, EBM João Mathias e Caic, que já confirmaram presença. Segundo a organização, mais escolas devem aderir à gincana durante esta semana.



Idealizador diz que ação está atraindo os alunos, que aderiram à campanha


A coleta dos materiais acontece até às 17h do dia 09, próxima sexta. No dia 10, acontece a cerimônia de premiação, junto com o Dia +, da CDL, que ocorre no segundo sábado de todo mês. Além da premiação às escolas vencedoras, haverá sorteio de brindes aos alunos participantes. Entre os presentes, vale-compras, roupas e brinquedos, doados pelos lojistas do Calçadão. Maiores informações pelos fones (48) 3524-4768 ou (48) 9985-1087.

Finados - Chuva atrapalha movimento nos cemitérios

Tempo fechado fez com que muita gente deixasse para prestar homenagens aos mortos no sábado, quando a chuva parou de cair.

Região – As chuvas que caíram durante a sexta-feira, Dia dos Finados, diminuíram o movimento nos cemitérios da região. Mesmo assim, no mais visitados deles, o cemitério municipal da Urussanguinha, em Araranguá, muitas famílias participaram dos rituais de homenagem aos mortos, portando algo além de flores e velas – os guarda-chuvas e capas de proteção foram os principais acessórios encontrados.

“Sempre chove no feriado, por isso preferi vir depois”, diz a moradora de Florianópolis, Maria Salete Guidi Peplau, 62, que optou pelo sábado para levar flores e fazer orações ao marido falecido há 15 anos. No mesmo jazigo da família, na Sapiranga, repousam o sogro e a sogra da mulher, que não tem uma abordagem convencional da data: “Vejo o túmulo apenas como o local onde estão os ossos. Pra mim, todos eles continuam vivos na minha memória, e por isso, as homenagens acontecem todos os dias”, reflete.

Para a mãe dela, Benta Guidi, 88, a lembrança dos finados é sempre chuvosa e fria. Ela enterrou o marido no cemitério da Urussanguinha, e foi também no sábado prestar as homenagens: “É importante homenagear os mortos”, opina. Entre as lápides que visitava, ela ia reconhecendo o nome de amigos que se foram: “Assim é a vida”, ensina. Para ela, o mais importante é ter uma vida regrada: “Para que na morte as lembranças sejam sempre boas”, finaliza.

Chove sempre? Não é verdade que no Dia de Finados sempre chove. No ano passado, por exemplo, não choveu na região. Neste ano, apenas na região do Nordeste brasileiro, o tempo não trouxe chuvas.

Segundo os climatologistas, a coincidência pode ter uma explicação: novembro é tempo de chuvas no Brasil. Por isso, a maioria pensa que chove sempre nos Finados.

domingo, 16 de setembro de 2007

VISITA - Crianças do Arroio passam tarde no quartel

Objetivo é fechar projeto sobre trânsito e comemorar semana do Soldado com alunos do CEI Carmen Matos Borges

Araranguá – Desmistificar o Policial Militar e comemorar a Semana do Soldado – o Dia do Soldado foi em 27 deste mês - foram os principais motivos da visita de 59 crianças de zero a seis anos, matriculadas no Centro de Educação Infantil Carmen Matos Borges, no Balneário Arroio do Silva, à Guarnição da Polícia Militar de Araranguá.

Segundo a diretora da creche, Elaine Maria Siqueira de Siqueira, a escola pretende trazer as 113 crianças para o quartel, visando reforçar os conhecimentos adquiridos com as explicações e práticas produzidas pelas oficiais monitoras dentro do espaço da Guarnição.

Apesar de pequenas, as crianças captam a mensagem, como o caso de Vitória Maciel, 5, que é aluna do pré vespertino: “Eu aprendi muitas coisas, como as cores do sinal, e que tenho que ter cuidado quando atravesso a rua. Também sei que a Polícia é nossa amiguinha”, disse. A colega de sala, Sara Souza, 5, acrescenta: “Também ganhamos essa carteirinha, que é pra ajudar a Polícia a cuidar da gente”, diz, enquanto exibe a Carteira de Mini Cidadão, que foi distribuída na visita.

Os pequeninos também captam mensagens, que ficam inseridas na consciência, e se transformam em senso-comum. A afirmação é da professora Elen da Costa Agripo Fernandes, que cuida de 15 meninos e meninas do maternal, com idades entre zero e dois anos. Para ela, o retorno é garantido: “A gente sabe, porque eles comentam os conteúdos com os pais, que depois contam pra gente”. Por isso, ela garante: a partir das explicações do projeto desenvolvido na escola, que culminaram na visita ao quartel, nenhuma criança terá medo da Polícia. Vinícius de Oliveira, 2, é a prova viva: “Gostei da aulinha, e sou amiguinho da Polícia”, disse.

Para a policial militar Stéphani Marcelino Souza, que passou a tarde de ontem recepcionando as crianças, e que ofereceu um gostoso lanche no fim do passeio, receber crianças na Guarnição é muito importante: “Primeiro, vamos à escola. Agora, a escola vem até nós”, observa. Para ela, a desmistificação do policial é o que há de mais interessante neste intercâmbio: “Eles sabem que somos amigos, e que podem contar com a gente”, finaliza.

Já a diretora acalma os aluninhos que ainda não fizeram o passeio: ela promete que até o fim da próxima semana, todo Centro de Educação Infantil do Balneário já terá visitado as instalações.

FUGA - Três menores infratores fogem da Casa de Semiliberdade Arte & Vida

Primeira fuga da instituição, que iniciou os trabalhos na última semana, não surpreende equipe, que diz estar preparada

Araranguá – Menos de uma semana após a chegada dos primeiros hóspedes, a Casa de Semi-Liberdade Arte & Vida passa pela primeira fuga de jovens infratores.

O fato aconteceu por volta das 22h desta quarta-feira (29), quando após conferir se todos os menores estavam dormindo, no quarto, os educadores sociais saíram do cômodo para fechar janelas, apagar as luzes e levar um medicamento para um dos menores. Em menos de cinco minutos, a fuga aconteceu, quando os jovens infratores RSM, 16, JA, 15 e CSM, 16 aproveitaram a ausência dos monitores, abriram a janela do quarto, pularam e fugiram. Enquanto praticavam a fuga, outros menores avisaram aos responsáveis, que imediatamente chamaram a Polícia. Perseguidos, os menores chegaram a entrar numa casa, onde quebraram telhas, e acordaram a família com o barulho. Avisada, a Polícia conseguiu capturá-los em menos de meia hora após a fuga: “São grandes parceiros nossos”, elogia a coordenadora.


Menores fugiram pela janela do quarto, mas foram recapturados rapidamente pela Polícia Militar

Para Vera, a fuga dos menores não é nenhuma novidade: “Já estávamos preparados para isso”, garante. Ela não descarta a instalação de grades e portões na Casa, mas diz que não acredita que isso solucione definitivamente o problema: “É um regime de semi-liberdade, não há prisões”, lembra. A coordenadora explica que muitos menores fogem para consumir drogas, já que a maioria é usuário: “É o caso desses três”, disse. Dos três fugitivos de ontem, CSM e RSM já tinham passado pelo regime de semi-liberdade como medidas sócio-educacionais.

PROVIDÊNCIAS – Mal o dia nasceu e a coordenadora já estava na Casa, reunida com a equipe. Ela diz que chamou os pais dos menores fugitivos, e junto com eles, decidiu medidas disciplinares contra os três, que ontem, passaram o dia na faxina da Casa, sem direito à televisão, cigarros ou atividades desportivas. Os jovens também foram encaminhados para a psicóloga e a assistência social. Vera lembra que os maiores prejudicados são os próprios internos, que além das ações que provocaram a internação, terão ainda que responder pela fuga. Ela tranqüiliza a comunidade: “Estamos preparados para isso, e esperávamos por isso. Não que não estejamos decepcionados, pelo trabalho que fazemos por eles, mas sabíamos da probabilidade disso acontecer. Nossa equipe é preparada, e como sempre, trabalhamos de formas diferentes com diferentes perfis de adolescentes infratores”, finalizou.

TRAGÉDIA - Bebê morre enquanto dormia

Família está abalada com a perda do primeiro filho do casal Leandro e Roseli, que no dia 04 completaria dois meses de vida

Araranguá – Desolação. Esta é a descrição da cena da chegada da reportagem do Correio do Sul à residência onde estava sendo velado, na tarde de ontem, o bebê de um mês e 27 dias, José Iohan Pedroso Vieira, no bairro Barranca.

Na varanda, em frente da casa simples, o pai da criança, Leandro Mota Vieira, 16 e a esposa, Roseli Gonçalves Pedroso, 16, choravam a perda do primeiro filho, no casamento que já dura um ano. Segundo a mãe, o bebê que nasceu de parto normal, pesando 2,6 quilos e medindo 47 centímetros, nunca teria apresentado nenhum problema de saúde. Ela conta: “Troquei a fralda dele durante a madrugada, estava tudo bem. Ás seis horas, quando meu marido levantou para trabalhar, vimos que ele estava roxinho e não tinha reação.”, chora. Mesmo assim, a família pegou o pequeno José Iohan, e levou até o Corpo de Bombeiros, que garante que a criança já teria chegado morta ao local.

No laudo médico expedido pelo IML – Instituto Médico Legal de Araranguá, a causa mortis é desconhecida. A tia de Leandro, Elisabete da Silva, explica: “Quiseram fazer a autópsia, mas não permitimos, pra que abrir a criança? Se tinha alguma doença, que fosse examinado enquanto estava viva, agora não adianta mais”, desabafou.

Criança parecia dormir no caixão, e abalou profundamente a repórter do Correio do Sul, que chorou com os pais a perda repentina da criança

Para os pais, a única explicação do mal súbito pode estar na genética: os avós de ambos têm problemas cardíacos, e o bisavô do Leandro morreu de ataque cardíaco. Mesmo assim, eles afirmam que em nenhum momento o obstetra ou o pediatra questionaram a presença do problema familiar, e nem fizeram exames para investigar qualquer problema no coração do bebê: “Sempre me disseram que meu filho era saudável, e sempre acreditei, porque era uma criança muito esperta, sempre sorrindo”, diz a mãe, que está inconsolável.

No caixão, a criança parecia dormir. No rosto, nenhum sinal do sofrimento que pode ter passado. Hoje, às 10 h, a família se despede do filho único do casal, no cemitério novo. O casal não se conforma: “Como uma coisa dessas foi acontecer?”, perguntam.


Casal chora ao lado da bisavó do bebê, que diz que criança era esperta e muito risonha

Esta não é a única história trágica de bebês mortos na família: há três meses, a nora de Elisabete foi ao hospital com contrações, e apesar de estar no prazo de nascimento da criança, foi diagnosticada e tratada como cólica renal. A criança – uma menina – nasceu com duas voltas do cordão umbilical enroladas no pescoço, e sobreviveu por apenas sete minutos.


INCENDIÁRIO - Homem acusado de incendiar casas no Arroio nega versão

Ele diz que não queimou nenhuma casa, e que o que devia já pagou na Justiça. Delegada diz que ele trazia produto furtado da casa, e que prisão foi em flagrante

Araranguá – “Não queimei casa nenhuma, e sou inocente nessa história”. A afirmação é do morador do bairro Erechim, no Balneário Arroio do Silva, Marco Antônio Gomes, 46. Ele foi preso na madrugada desta segunda-feira (27), acusado de provocar o incêndio em uma residência do município. No flagrante, feito pelo delegado Andre Gazoni Couto, que estava de plantão naquela noite, policiais encontraram uma faca em posse do acusado. Além disso, o homem teria um mandado de prisão expedido pela Polícia gaúcha, por homicídio e roubo com lesões corporais.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Sul, no Presídio Regional de Araranguá, Marco Antônio disse que não é o autor dos incêndios no Arroio, que já destruíram sete residências apenas neste mês. Ele diz não saber onde os fatos aconteceram, e nega qualquer envolvimento na questão. O gaúcho, que mora no Balneário há oito anos, diz que trabalha com a família na produção e venda de produtos de limpeza, e que caso estivesse em dificuldades financeiras, com certeza receberia a ajuda da família: “Por que queimaria as casas de clientes que compram meus produtos? Isso não faz sentido”, diz. Quanto ao mandado de prisão, ele nega que deva qualquer coisa para a Justiça: “Matei um homem numa briga, em 1986. Confessei o crime, e fiquei preso até 1991, quando fui liberado pelo induto de Natal”, conta. Disse também que a arma branca que usava seria para a defesa própria: “Tenho alguns inimigos pelo Arroio”, conta. Para ele, apenas a arma pode ser o motivo da prisão: “Nem sabia dessa coisa do incêndio. Deus me livre, não fiz nada disso”, disse para a reportagem. Ele não soube explicar o porque de estar com o cortador de grama da casa incendiada: “Não sei do que você está falando”, desconversou.

Marco diz que foi alcoólatra, e que o vício o meteu em grandes confusões. O relacionamento com a ex mulher, com quem tem três filhos, acabou. Também tem uma bala alojada na coluna, e luta pela aposentadoria: “Até me internei numa clínica de alccolatras pra ver se conseguia o aposento, mas não deu”, conta.

Polícia contesta - A versão do acusado é contestada pela Polícia, que reafirma que Marco é um dos responsáveis pelos incêndios que acontecem no Balneário. Segundo a Delegada Eliane Viegas, da 1ª DP, ele teria sido preso em flagrante, após a denúncia de populares, que afirmam terem visto o homem saindo da casa em chamas, com o cortador de grama nas mãos. No ato da prisão, ele tinha apenas a faca, mas no dia seguinte, o cortador foi encontrado na casa da namorada dele. Quanto ao mandado de prisão, ela confirma que ele pode ter pago pelos crimes que cometeu, já que não está mais ativo no sistema. De qualquer maneira, explica a Delegada, o motivo da prisão não está diretamente relacionado com o mandado, e sim com o incêndio no Arroio, do qual é apontado como autor, além de ser investigado sobre a participação em outros incêndios no município. Diz também que estranha o fato dele alegar que não sabe porque está preso: “È praxe fazer a Nota de Culpa no ato da prisão, e um direito do preso. Com certeza, ele sabe o motivo. As provas são contundentes”, afirma. Para ela, a prisão de Marco é apenas um fio no embaraçoso caso de incêndios no Balneário: “São muitos autores”, acredita. Este ano, dois adolescentes e um maior foram presos por incendiar casas no Balnéario. Os dois menores já cumpriram medidas sócio-educativas num dos Centros de Internamento Provisórios do Estado, e o maior responde inquérito policial. A prisão de Marco Aurélio foi o primeiro flagrante por incêndio no Arroio do Silva, neste ano.

Atear fogo em propriedades públicas e privadas é crime, previsto no artigo 250 do Código Penal. A pena é de três a seis anos reclusão.

MENOR IMPOSSÍVEL - Rapaz que usa cartões de crédito foge pela 2ª vez do CIP de Blumenau

BTS tem 15 anos, e continua praticando estelionatos pela cidade. Fuga é narrada pelo rapaz no Orkut, e é incentivada pelos amigos


Araranguá – Depois de causar uma confusão enorme e prejudicar centenas de titulares de cartões de crédito, o jovem BTS, 15, conhecido como o adolescente estelionatário, volta a ocupar espaço nas páginas policiais.

No início deste mês, a Justiça teria determinado a internação do menor no Centro de Internamento Provisório de Blumenau. Após três dias no local, ele fugiu. Os relatos da fuga do menor estão registrados no Orkut assinado por ele, e contam a odisséia vivida por B. para escapar do CIP: “E ai pessoal estavam com fauta de min em breve estarei de novo fugi da casa semi liberdade de Blumenal roubei uma bicicleta velha andei 100km quase morri e vim parar em Tijucas estou esperando o meu irmão depositar o dinheiro pra mim ir embora de onibos e ai eu vou ajitar o Araranguá”, escreveu. Segundo a Delegada Eliane Viegas, da 1ª DP de Araranguá, após a fuga, o menor continuou praticando estelionato pela cidade: “O juiz pediu novamente a internação, e fomos buscá-lo em casa. Encontramos dentro do forro, em cima da casa, com um lap-top que havia comprado na internet e mais uma série de artigos adquiridos com cartões de crédito no comércio local”. Na página do Orkut, amigos parecem incentivar o menor, como no recado deixado por um dos amigos, Gabriel: “dae jaguara tais famoso agora é rsrsrsrsrs... blz”. Outro amigo, Andre, deixa o recado: “edai seu estelionatario chinelo”.

Apesar de não ser usuário de drogas, o menor vive no mundo do crime, praticando estelionato, furtos e outras ações. A mãe, que é alcoólatra, não sabe o que fazer. Na entrevista que deu ao Correio do Sul, há cerca de dois meses, ela diz: “Não tenho como conter esse menino. Ele não quer saber de estudar, e anda com gente que gosta de rolo. Preciso da ajuda das autoridades”, apelou.

A situação do menor preocupa a Polícia, que aguarda nova ordem de internação por parte da Justiça: “Precisamos pensar numa forma de conter o menor, e fazer com que tenha consciência dos atos que tem praticado”, finaliza a Delegada.

COMBATE À PIRATARIA - Polícia Civil destrói milhares de CD's e DVD's falsificados





Ato foi assistido por integrantes da Associação de Combate à Pirataria, e destruiu 1707 DVD's e 3.489 CD' s piratas

Araranguá – Em ato público realizado no Ferro Velho Saldanha, bairro Cidade Alta, a Polícia Civil de Araranguá destruiu na tarde de ontem 1.707 DVD’s e 3.489 Cd’s falsificados, apreendidos entre os meses de fevereiro de agosto deste ano.

A ação foi acompanhada por membros da Adalca – Associação em Defesa do Audio-visual Legal da Comarca de Araranguá, que comemorou: “De certa maneira, é um fato novo, já que temos as autoridades trabalhando realmente contra a pirataria. É uma demonstração objetiva das Polícias Civil e Militar, do Ministério Público e outras autoridades pela luta a favor do DVD legal”, diz o presidente da entidade, Tadeu Santos. Assim como ele, a também integrante da Associação, Rubiane Correa Jaques diz estar sentindo muito a ação dos piratas, que praticamente esvaziaram a locadora que administra: “Em um ano, perdemos entre 60% e 70% do movimento que tínhamos”, denuncia. Ela diz que no bairro onde mantém o negócio, Mato Alto, piratas eram vendidos livremente em agropecuárias, lojas, padarias e outros estabelecimentos. Para ela, a destruição dos CD’s e DVD’s representa uma mensagem para os comerciantes: “Que cada um trabalhe na sua área”. A luta pelo audiovisual legal não chega ao fim com a destruição do material de ontem. Para os integrantes, é preciso permanecer com a atenção voltada aos falsificadores: “É muito atrativo para eles, o lucro é muito fácil. Mesmo com o risco dos infratores em pegar até quatro anos de cadeia, outros virão”, diz Tadeu.


Ato público destruiu Cd's e DVD's piratas apreendidos na região

Inquéritos - A Delegada Eliane Viegas, que acompanhou os trabalhos, conta que o material foi apreendido pela Polícia Civil, em casos de representação do Ministério Público para buscas e também casos de denúncias da população. Só em Araranguá, de fevereiro até hoje, foram 16 Inquéritos Policiais abertos contra proprietários de estabelecimentos comerciais que vendiam os produtos ilegais. Desses, 15 já foram concluídos e remetidos ao Fórum, para apreciação da Justiça. Nenhum foi preso em flagrante, mas a dor de cabeça deve ser grande: “São pessoas com a ficha policial limpa, que vão ter que responder pelo crime”, diz. Ela diz que a Polícia vai continuar trabalhando pelo audiovisual legal: “A pirataria é ilegal, e por isso tem que ser combatida”, finalizou.

O combate à pirataria no Estado ganhou mais um aliado: as CDL’s de Santa Catarina, incluindo as do extremo-Sul, criaram uma Câmara Setorial para o combate à todas as formas de pirataria.


Integrantes da Adalca Tadeu, Rubiane e Vauter Salib conferem destruição dos piratas: “grandes prejuízos no último ano”

ESPERANÇA - Homens aprendem a arte de cozinhar e buscam ressocialização


Araranguá - Apesar de estar pela primeira vez ministrando no Presídio de Araranguá, a professora de culinária Valéria de Sá Machado já tem experiência, já que fez um estágio na cadeia pública feminina de Florianópolis. Como o curso ministrado a 16 detentos no Presídio Regional de Araranguá iniciou nesta semana, e deve se estender até 07 de dezembro, por enquanto, é a professora quem mistura e prepara os ingredientes. Por isso, tudo o que sai do forno tem um sabor especial. Em breve, os presos terão que pôr a mão na massa, e mostrarem seus valores culinários. A professora está otimista: “Eles são interessados, temos uma boa troca de experiências e confiança. Estamos crescendo juntos”, disse.

O preso Osni da Cunha Tomé, 45, foi atraído para as aulas de culinária porque já teve uma lanchonete, e queria se aprimorar nos doces, que diz não ter “uma mão muito boa”. Ele tem esperanças de sair da cadeia ainda este ano, e acredita que o curso pode ajuda-lo a recuperar o tempo perdido na vida em sociedade: “É uma experiência, que pode me trazer novas propostas de trabalho”.



Eles estão dispostos a aprender, e podem utilizar o curso para conquistar profissão após pagarem o que devem à sociedade

VGE, 32, só sabia fritar ovo, e acredita que vai sair da cadeia “um quase-expert” na cozinha. Ele acredita que sai da cadeia em dois anos, e diz que o que aprender nas aulas será usado na vida doméstica, já que não pretende trabalhar como cozinheiro.

Para a diretora do presídio, Bárbara Santos de Souza, projetos como as aulas de culinária, de manicure e pedicure (abordada pelo Correio do Sul na edição de ontem), montagem e manutenção de computadores e aulas de confecção de redes, bem como a terapia para presos dependentes químicos, que inicia nesta semana, contribuem para a ressocialização, e abrem portas para que o preconceito diminua: “Não temos prisão perpétua, por isso sabemos que todo o cidadão que entra no sistema prisional um dia terá que sair. Fazer com que esta volta ao convívio social se torne menos agressiva possível, com garantia de instrumentos para o mercado de trabalho e a auto-estima, é nossa missão. Se conseguirmos, podemos dizer que fizemos um bom trabalho”, finaliza.

PROFISSÃO - Cursos no Presídio resgatam cidadania e preparam para mercado de trabalho

Turmas de culinária, manicure, pesca e manutenção de computadores tem quórum permanente, e agradam presos, que elogiam iniciativa. Na edição de hoje, você acompanha a história de mulheres que aprendem a arte de fazer unhas e resgatar a auto-estima. Amanhã, será a vez dos homens, que com a culinária, aprendem a reconstruir a vida.

Araranguá – A ressocialização de presos é mais que uma ideologia no Presídio Regional de Araranguá. Na prática, pelo menos 58 dos 168 presos caminham para uma mudança na estrutura das vidas, marcadas por violência, envolvimento com drogas e o mundo do crime. Na cadeia, eles aprendem através de convênios com o Núcleo de Estudos Profissionalizantes Kirana Lacerda e com a Escola Agrotécnica de Sombrio a arte da culinária, manicure e pedicure, montagem e manutenção de computadores e a manufatura de redes de pesca. O resultado é surpreendente: além da auto-estima aumentada, presos e presas passam a utilizar os cursos como terapia laboral, e saem da prisão mais preparados para a convivência social e o mercado de trabalho, já que todos os cursos são certificados pelo MEC – Ministério de Educação e Cultura.

Ontem, duas turmas tiveram aulas de culinária e manicure e pedicure no presídio. Na turma da professora do NEP Kirana Lacerda, Valéria de Sá Machado, 16 homens observavam e anotavam explicações sobre como fazer um bolo de milho e outro de laranja.

MANICURE - Na ala feminina, a animação toma conta das 16 detentas, que exibem belas unhas pintadas. Para a professora Lidiane Pereira Matos, também da Kirana Lacerda, a experiência está sendo maravilhosa. Apesar desta ser a primeira vez que ela dá aulas no Presídio, a manicure diz que se ofereceu para trabalhar com as detentas porque acredita na ressocialização: “Elas são mulheres normais, cometeram erros, e se esforçam para melhorar, e eu acredito que elas irão melhorar”, diz, enquanto é aplaudida pelas alunas, que elogiam: “Ela é mais que uma professora, é uma grande amiga”.

Maria de Lourdes Portal, 45, está presa há quatro meses, e diz que a vida melhorou com o início das aulas. Viciada, ela conta que a prisão foi uma ajuda, já que não entra nenhum tipo de drogas, e com isso, ela conquistou a abstenção. Desde que foi presa, a mãe de quatro filhos busca uma alternativa para recuperar a integridade. Encontrou nas aulas da professora Lidiane: “O curso ajuda bastante, e a gente não pensa bobagem enquanto está aqui”. Cozinheira e faxineira fora da cadeia, ela diz que não se interessa muito pela profissão que está aprendendo, mas que sempre é bom saber coisas novas. Lourdes ainda terá muito o que caminhar, já que diz que não é tão boa como a maioria: “Ainda tiro uns bifinhos”, brinca. Mas promete: “Vou ser uma manicure de mão cheia, mesmo que seja pra fazer minhas próprias unhas”.

Há 70 dias, Adriana Maria da Rosa, 35, tem o presídio como endereço. O marido, que era viciado, entregou drogas para ela no momento da abordagem da Polícia, e por isso a mulher caiu: “Não uso nem sou traficante. Sou inocente”, afirma. Por isso, ela espera sair logo da cadeia. Para a diarista mãe de cinco filhos, o curso é uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro extra quando sair da cadeia: “To prestando atenção e aprendendo bastante, pra fazer unhas nas casas onde trabalho na faxina”, diz. Ao que parece, ela vai conseguir, já que o trabalho da moça foi muito elogiado pelas colegas.

Para a diretora do Presídio, Bárbara Santos de Souza, os convênios com escolas profissionalizantes são sempre bem-vindos, já que além de servirem para ocupar o tempo, também são oportunidades para a busca de um novo lugar no mercado de trabalho. Praticamente todos os dias da semana, uma turma aprende novas técnicas e abordagens no Presídio. Além das aulas, mais uma novidade na gestão de Bárbara: dois grupos de 15 reclusos dependentes químicos começam a fazer terapias de grupo com três psicólogas, duas fornecidas pela Prefeitura Municipal de Araranguá e outra por Sombrio. O projeto é pioneiro em toda a região.

Novo Comandante da PM visita Presídio Regional de Araranguá

Tenente Coronel Jorge Luiz de Gomes disse que cadeia de Araranguá tem carências, mas convive em bom clima.

Araranguá – Uma surpresa quebrou a rotina ontem à tarde, no Presídio Regional de Araranguá. A visita inesperada do novo Comandante da Guarnição Especial da Polícia Militar de Araranguá, Tenente Coronel Jorge Luiz Gomes foi recepcionada pela diretora do Presídio, Bárbara Santos de Souza, que pessoalmente recepcionou o Comandante, mostrando todas as instalações.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Sul, o Comandante afirmou que à exemplo da maioria das cadeias públicas brasileiras, o Presídio Regional de Araranguá também carece de estrutura, mas que o clima na cadeia é brando e pacífico: “Falta algumas reformas estruturais, mas em relação aos outros, está muito melhor. O ambiente aqui está ótimo”, elogiou. Ele disse que vai conversar pessoalmente com o diretor do Deap – Departamento de Administração Prisional, José Henrique da Costa, buscando melhorias para o local: “Alguma coisa será feita”, afirma.

Para o Comandante, o clima tranqüilo é uma conseqüência do trabalho dirigido por Bárbara: “Indiscutivelmente, tem relação com o bom trabalho dela e da equipe”, elogia.

Para a diretora, a visita, apesar de surpresa, deve trazer bons resultados: “Foi inesperada, mas produtiva”, finalizou.

Curtas policiais

Furtou no mercado

Araranguá – No início da tarde de ontem, a equipe de segurança do Supermercados Giassi, no centro da cidade, suspeitou das atitudes do cabeleireiro EIJ, 33, e resolveu aborda-lo. Para a surpresa dos funcionários, o homem trazia duas facas e uma substância parecida com maconha dentro dos bolsos da jaqueta. O flagrante levou o cabeleireiro para a Delegacia.

Celular roubado

Araranguá – O morador do Mato Alto VRBS, 26, marcou bobeira quando estacionou o Vectra sem trancar as portas do veículo: ladrões invadiram o carro do rapaz, e furtaram um aparelho celular Nokia 6070 e o carregador. A Polícia investiga.

OPINIÃO - Enfim, o gás

Depois de uma luta sem trégua, lideranças do movimento pela vinda do gás à Araranguá comemoram assinatura de convênio

Araranguá – A luta pela vinda do gás natural para Araranguá é antiga e sem tréguas. Há sete anos, o empresário Geraldo Magela era o presidente da Aciva – Associação Comercial e Industrial do Vale do Araranguá, e resolveu abraçar a causa do movimento, sendo uma das principais lideranças. Ele conta que na época, tanto a Petrobrás quanto a SC Gás colocavam um empecilho na vinda do produto para Araranguá: “Eles exigiam consumo mínimo, que na época, a Pagé garantia”, conta. Hoje, a indústria está estabelecida na região de Criciúma, e o consumo mínimo na cidade não está mais garantido. Para ele, o gasoduto ainda não chegou em Araranguá por questões políticas – ele diz que este é o motivo pela qual os canos instalados na época para levar o gás a Criciúma não passaram por Araranguá: “A canalização passa pela região de Meleiro, no morro, onde não há indústrias para abastecer”, critica. Há dois anos, novas tratativas quase trouxeram o gás para a cidade, e mais uma vez, o alarme foi falso: o Presidente da SC Gás, na época, Becker, achou caro e difícil: “Pouco tempo depois, um posto de combustível de Turvo tubulou, e trouxe o gás para a empresa”. Por isso, o empresário decidiu fazer como o lendário São Tomé: “Só vendo pra acreditar”.

Mesmo com a dúvida, o empresário diz que a assinatura da licitação do projeto da vinda do gás natural para a cidade é algo muito positivo: “Somos a região mais pobre do Estado, e a culpa disso é a falta de infra-estrutura. Precisamos de mais, mas o gás é uma parte importante dos investimentos necessários ao desenvolvimento da região”. Ele lembra que a saída da Pagé, que consumiria cerca de 95% do gás dirigido para a região, representa uma carência, que deverá ser suprida em dois ou três anos, com a implantação de novos postos de gasolina e indústrias atraídas pelo gás, que devem se fixar na cidade. Apesar da empresa dele, moveleira, não utilizar o gás natural, ele torce pela efetivação da assinatura: “Isso beneficia toda região, e faz o dinheiro girar”, diz. Para ele, a vinda do gás, junto com a duplicação da BR 101, a ampliação do Porto de Imbituba e o acesso ferroviário ao porto são fundamentais para a garantia de uma vida melhor na região, com mais desenvolvimento.


Empresário Geraldo Magela acha que região será beneficiada com a vinda do gás

Outro precursor do movimento pela vinda do gás à Araranguá é o empresário araranguaense Alveri Aguiar de Sá. Para o empresário, que lutou ao lado de Magela e outras lideranças no pleito, o anúncio traduz alívio e boas perspectivas futuras. Ele conta que há dois anos, quando esteve à frente da 22ª Secretaria de Desenvolvimento Regional de Araranguá, estava tudo pronto para a instalação, e por isso, não se surpreende com a novidade: “Os papéis estavam assinados, a pesquisa elaborada, faltava mesmo só a celebração da licitação”, comemora. Para ele, que empresaria postos de combustíveis, a idéia vai render lucros: ele garante a implantação de pelo menos um posto de gás combustível na cidade.

Um dos precursores do movimento, Alveri Aguiar de Sá diz que irá instalar o gás veicular nos postos que administra

Ele confirma a versão de Magela sobre a ausência de demanda na região, com a saída da Pagé, e diz que a exigência permanece, com uma diferença: “O Governo do Estado estará subsidiando a diferença, até que a demanda seja suprida naturalmente pela região”. Para o empresário, o gás é o primeiro passo para o desenvolvimento na região, junto com a ampliação da rede de energia elétrica, que deve ser usada para abastecer empresas. Alveri trouxe novidades no assunto: segundo ele, o projeto da Petrobrás é canalizar o gás para abastecer residências, o que deve acontecer após a conclusão do projeto de instalação do gasoduto em todos os Estados brasileiros.

FINALMENTE - Primeiros hóspedes chegam à Casa de Semiliberdade

Seis jovens infratores já cumprem medidas sócio-educacionais na Casa. Delegado ainda deve cumprir mais seis mandados até o fim da semana

Araranguá – Finalmente, os integrantes da equipe que trabalha na recuperação de jovens infratores na Casa de Semiliberdade Arte & Vida recebem seus primeiros hóspedes. Na sexta-feira, a equipe do Delegado Jorge Giraldi, da Central de Polícia, cumpriu as medidas de internação contra os irmãos KS, 15 e CSM, 16, que devem ficar na Casa por 45 dias. Ontem, foi a vez dos menores de Araranguá, RSM, 16, JA, 15, WS, 17 e EB, 16. Dos seis, apenas CSM e RSM já tinham passado pelo regime de semi-liberdade como medidas sócio-educacionais. Os seis adolescentes gostaram da Casa, e desde o primeiro dia, iniciaram trabalhos de jardinagem e limpeza do local. Muitos deles já conheciam a casa centenária que já pertenceu ao Padre Antônio Luis Dias, já que o local foi um dia uma danceteria, e dizem adorar o espaço.

A chegada dos menores agradou a equipe, que esperava pelo momento desde fevereiro deste ano, quando iniciaram os trabalhos de reforma e adequação do espaço: “Um alívio, o início de uma nova etapa, um desafio: a cada instante, temos que perceber que cada um é diferente, o que exige diferentes formas de lidar”, diz a coordenadora da Casa, Vera Scremin. Ela garante: “A equipe está tranquila, certos de que faremos um trabalho bem feito”.



Equipe está animada com a chegada dos primeiros hóspedes

Sandra Regina Dadalt, 38, é uma das duas cozinheiras, e foi quem preparou o almoço de ontem dos meninos. Ela afirma que o volume de trabalho aumentou, mas que a satisfação é maior: “Estávamos na expectativa, queremos muito que o projeto dê certo”.

Para o orientador social Airton Tadeu Cardoso, 49, a chegada dos seis menores trouxe surpresas: “A gente acha que por serem infratores, esses menores seriam mal educados ou difíceis. Não é nada disso: são apenas jovens precisando de uma nova oportunidade, e aqui eles serão nossa família”, elogia.

Os anos de experiência no Conselho Tutelar fizeram com que a educadora social Rosângela Castro dos Santos, 35, conhecesse a maioria dos novos hóspedes. Ela diz que os menores chegaram receosos, e que após se instalarem, viram que o regime de semi-liberdade não é tão ruim assim: “Aqui não há portões fechados, eles podem estudar e têm uma oportunidade real de recuperação”.

A chegada dos primeiros adolescentes não é a única novidade na instituição: com eles, chegaram também o micro-ondas, doado pelo Rotary Internacional, o fogão doado pelo Estado e alguns equipamentos de cozinha. Até o fim desta semana, o veículo comprado pelo Estado também deve estacionar no pátio da Casa. Outra mudança ocorreu na diretoria da Socam – Sociedade Cultural de Apoio à Mulher, que é a entidade responsável pela Casa. No fim da semana, a direção passou para as mãos Neci Maciel.

O delegado Jorge Giraldi afirma que até o fim da semana, deve cumprir os 12 mandados de internação expedidos pelos juizes Julio César Ferreira de Melo e Liana Bardini Alves, da Comarca de Araranguá: “É uma necessidade que foi suprida, já que a maioria dos furtos e roubos na região são cometidos por adolescentes, que iniciam na vida do crime. Estando recolhidos, eles não praticam furto, nem consomem drogas. Veio em boa hora”, finalizou.

Policiais curtas

Mulher sumiu com a filha

Araranguá – O agricultor do Morro do Pronto, AVS, 27, está desesperado: após o fim do casamento de três anos com a agricultora TSS, 18, ele não consegue mais ver o filho de dois anos e dois meses. Ele conta que o ex casal teria feito o acordo, e que a moça teria concordado em deixar a criança com a sogra, e passar a guarda definitiva. Parece que a mulher mudou de idéia: há uma semana, ela subiu numa motocicleta com o bebê, e não avisou nada para o ex marido, que desconhece o paradeiro da família dissolvida. O caso está na Central de Polícia.

Entraram atirando

Araranguá – A família do agricultor PB levou um susto nesta semana, enquanto estavam dormindo. Dois homens arrombaram a porta da casa, na Sanga da Areia, e entraram atirando. O barulho dos tiros despertou o agricultor, que conseguiu ver os vultos na escuridão. Ao perceberem a aproximação do proprietário, os dois fugiram, deixando uma bolsa com ferramentas e um projétil da bala no chão da casa. No dia seguinte, dois homens bateram na casa da vítima, dizendo que precisavam de uma chave para consertar a moto, que segundo eles, estava quebrada. O agricultor disse que não tinha a chave, mas avisou à Polícia sobre as suas suspeitas de que eles seriam os mesmos homens que teriam invadido sua casa, e que há dias rondavam o local.

Moeram o menor

Araranguá – A dona de casa RPMA, 46, está indignada: durante o trajeto da saída da escola, no centro de Araranguá até a casa da família, na Vila São José, o filho dela, FMA, 16, foi surpreendido por uma turma de oito alunos adolescentes da mesma escola, que abordaram o rapaz, e agrediram com tapas e ponta-pés por todo corpo. A mãe conta que o rapaz ficou muito machucado, e que desconhece o motivo da agressão, realizada pelos rapazes que ele diz não saber nem os nomes, mas que sabe serem moradores do Morro dos Conventos. O caso foi parar na Delegacia.

Funcionário ladrão

Araranguá – Uma concessionária de veículos da cidade está publicando nos principais jornais de circulação regional o desvinculo com o ex funcionário HS, 26, que mora no Lagoão. Segundo o gerente da loja, que registrou ocorrência na Central de Polícia, o moço era vendedor da loja, e teria se apropriado de valores da empresa, nos meses de junho e julho. Ele conta que o ex vendedor pegou recibos sem conhecimento do encarregado, e que após assina-los, deu quitação a duas compras de clientes, que somam o valor de R$ 6.000,00, sem repassar os valores para a concessionária. A Polícia investiga.

VISUAL - Araranguá promove 1º Luau Cultural

Lua embelezou programação do 8º Agosto Cultural, que aconteceu em Ilhas, na quinta-feira

Araranguá – O céu estrelado ajudou, e desta vez, não impediu a realização do 1º Luau Cultural da programação do Agosto Cultural, que atraiu mais de mil pessoas às areias e restaurantes do Balneário de Ilhas, no Distrito de Hercílio Luz.

Além da gastronomia típica da tradicional comunidade de pescadores, os participantes receberam uma canoa cheia de frutas e a distribuição de ponche. Numa bela cerimônia, integrantes do Coral de Criciúma chegaram cantando pelo Rio Araranguá dentro de uma canoa enfeitada com velas acesas, garantindo o brilho da noite. Já os integrantes da Associação de Moradores da Vila São José mostraram como se faz um bom casamento jeca. Cantores locais mostraram valores, com um repertório recheado de trovas e músicas de raiz. Nas barracas, roscas de polvilho e docinhos tradicionais incrementaram a boa comida servida na festa.

O momento mais esperado foi o lançamento do livro organizado pela professora de História da Unisul, Micheline Rocha, e a turma de 30 acadêmicos da cadeira de História Regional, que reuniram 15 causos de moradores do lugar, contando histórias de assombração e outras narrações do imaginário popular. Numa das histórias de “Do Pino do Meio Dia à Meia Noite Velha - Alguns Causos dos Pescadores de Ilhas”, 73 páginas, um dos entrevistados, que não foi identificado no livro, conta que presenciou a existência de bruxas na localidade, e afirma: “Uma delas ainda está viva, mas eu não digo quem é”.

Durante o lançamento, o Presidente da Fundação Cultural de Araranguá, Vânio Coral, reafirmou a distribuição desse e também do recém lançado exemplar de Ayres Koerig, “De Onde Viemos e Para Onde Vamos”, 176 páginas, para todas as escolas públicas e particulares do município, bem como para associações de classe e entidades, como a Colônia de Pescadores, Associação de Moradores, Clube de Mães, Caep e Clube de Futebol do Balneário. Ele estava animado: “È sempre ver a cultura produzida na nossa terra, ainda mais com um cenário como esse. A comunidade está de parabéns”, finalizou.

FUTURO - Troca de comando na PM abre portas para Batalhão


Afirmação é do Comandante-Geral da PM catarinense, que prestigiou posse do Tenente Coronel Jorge Luiz de Gomes, que substitui Major Gilmar Mônego.

Araranguá – Em solenidade realizada na frente da sede da PM de Araranguá, ocorreu na tarde desta sexta-feira, 24, a Passagem de Comando da 4ª Guarnição Especial da Polícia Militar, assumida pelo Tenente Coronel Jorge Luiz de Gomes, que há quatro anos era ocupada pelo Major Gilmar Mônego.

A cerimônia contou com a presença do Secretário de Segurança Pública, Ronaldo Benedet, o Deputado Estadual Manoel Mota e o Comandante Geral da PM/SC, Coronel Eliésio Rodrigues, que afirmou que o novo Comandante deve complementar com novas idéias o bem prestado serviço do Major, e que o fato da patente do novo Comandante ser hierarquicamente superior ao de Mônego, pode ser um indício da implantação do Batalhão na cidade: “É um embrião, foi dado um grande passo para o futuro Batalhão”. Apesar disso, o Comandante Geral não estabeleceu prazos. O comando do Tenente Coronel, que veio de Chapecó, traz também algumas novidades em termos de equipamentos. Segundo o Comando Geral, hoje, a Polícia Militar do Estado está bem equipada: “O governador Luiz Henrique e o Secretário Ronaldo Benedet tem se preocupado com a segurança, não faltam armamentos e coletes”, diz. Mesmo assim, ele admite a carência em viaturas e homens. Quanto aos veículos, ele afirma que o Governo do Estado está trabalhando nas tratativas para aquisição em breve.


Troca de comando contou com importantes autoridades, como o Secretário de Segurança Pública Ronaldo Benedet

Já para a questão humana, o novo Comandante, que vem para a cidade com a esposa e um filho de cinco anos, tem a fórmula: “Vamos trabalhar com a potencialização dos homens, tentar trazer um rendimento mais eficaz”, explica. Para ele, ao valorizar o público interno, a conquista do público externo passa a ser conseqüência imediata: “Em síntese, comandar de maneira a trazer a satisfação pelo trabalho feito por cada homem da Guarnição”.

Para o Major Gilmar Mônego, o futuro é incerto. Ele entra em férias por 30 dias, e só depois disso vai saber se permanece em Araranguá – onde pretende ficar até o fim do ano, ou se será transferido para outra cidade. Para ele, quem deve avaliar seu trabalho junto à Guarnição de Araranguá deve ser a sociedade, e afirma: “Procuramos dar o melhor de nós, com responsabilidade, serenidade, e consciência para minimizar o problema de segurança pública. As expectativas são as melhores, trabalhando sempre para melhorar cada vez mais”, finalizou.

MARIA DA PENHA - Mulher agredida não quer mais ex marido

Ele saiu da cadeia onde estava preso por agredir a mulher, e agora a ameaça e segue por todo lado

Araranguá – A moradora do Mato Alto, Maria Aparecida Fagundes, 30, está decidida a respeitar os conselhos do Delegado Jorge Giraldi: não quer mais viver com o ex-marido, o catador de papel Tiago da Rocha Rocha, 22, que teria o hábito de agredir a mulher e ameaçar o sogro, de 63 anos, que é paralítico em função de um derrame. A decisão de minimizar seus problemas – ela ainda é mãe do menor AF, 13, conhecido da Polícia pela prática de furtos na cidade – partiu desde a última vez que ele bateu na mulher, no início deste mês. Na ocasião, ele jogou um copo contra ela, o que provocou um corte profundo na orelha direita. Antes disso, em dezembro do ano passado, o homem teria agredido a mulher, que acabou reatando a relação. Na última vez, ela decidiu deixar de vez o marido para viver pelo menos um pouco melhor. Por causa da violência, Tiago acabou na cadeia, permanecendo no Presídio Regional de Araranguá do dia 06 até o dia 20 deste mês. Logo que saiu da cadeia, ele não deixa mais a mulher em paz, desrespeitando as Medidas Protetivas: “Ele fica me seguindo, e diz que se eu não voltar pra ele, eu não fico com mais ninguém”, diz. Ontem, ela esteve na central de Polícia para registrar a ocorrência, e diz que não vai sossegar enquanto o ex não desistir da idéia de voltar para ela: “Não quero nem pintado de ouro”, diz. Além do ex marido, a família dele também tem perseguido Cida, e diz que vão colocar a mulher na cadeia: “Eu não fiz nada, to tranqüila”, afirma.

O caso de Maria Aparecida vai na contramão do que acontece com freqüência: segundo o delegado Jorge Giraldi, a Lei Maria da Penha não tem ajudado a resolver os casos de violência de maneira efetiva porque as vítimas geralmente acabam voltando para os agressores, muitas vezes pagando a fiança para evitar ver os companheiros na cadeia. Para Cida, a lição foi aprendida: “Aprendi a me valorizar como pessoa e como mulher, e de agora em diante, não apanho mais de marido”, finalizou.

Caso Tiago continue a desobedecer as ordens do Juiz, que impõem distanciamento da ex mulher, o catador de papel pode parar na cadeia. No início deste mês, a Polícia cumpriu o pedido de prisão preventiva decretada contra o pintor Jean Robson de Freitas, 32, que perseguia a ex mulher, que teria registrado mais de dez boletins de ocorrência contra as ações do rapaz. As denúncias geraram duas Medidas Protetivas que nunca foram respeitadas, e provocaram a primeira prisão preventiva por desobediência às Medidas Protetivas na região após a vigência da Lei Maria da Penha, implantada há um ano.

AÇÃO - Operação conjunta atua em estradas federais e estaduais


Ação começou nesta quarta-feira, e vai até hoje. Um carro roubado foi colhido pela blitz

Região – Desde quarta-feira, motoristas devem ter mais atenção ao trafegar pelas rodovias estaduais e federais que cortam o Estado. A Operação Integrada Divisa Segura III começou na noite desta quarta-feira (22), e vai até hoje. No posto da Polícia Rodoviária Federal de Araranguá, na BR 101, quatro policiais civis, oito militares, dois funcionários da Cidasc, dois da Receita Federal e seis policiais rodoviários federais trabalham na ação, que tem como objetivo a fiscalização e o combate ao furto de veículos e transporte de armas e drogas. No primeiro dia da blitz, que iniciou às 22h e foi até às 3h, vários veículos foram recolhidos por irregularidades na documentação e um carro roubado foi colhido.

Ontem, a blitz, que iniciou às 14h e foi até às 18h, flagrou vários casos de licenciamento e Carteira Nacional de Habilitação vencidas, provocando várias notificações. Só nas primeiras horas da blitz, foram quatro veículos retidos. O morador do bairro Polícia Rodoviária Federal Laudevir Rodrigues de Almeida, 52, foi surpreendido pela ação quando passava pela BR 101 com o Corsa 1995. O motorista estava sem documentos: “Ficaram em casa”, explicou. Como o sistema indicou que estava tudo ok, ele foi liberado. Para o motorista, a ação é muito importante: “É mais segurança pra nós, tem que ter”, elogia.


Mesmo pego pela Blitz, seu Laudevir acha iniciativa muito importante

A mesma sorte que Laudevir não teve outro motorista, que não quis se identificar. Além da carteira vencida, os documentos do carro não eram renovados desde 2003.

Hoje, as blitz continuam em todas as rodovias estaduais e federais, e acontecem das 8h às 13h.