Está procurando algo?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Polícia investiga eleitores de Araranguá que votaram em Ermo

Inquérito policial foi aberto a pedido do Ministério Público, e busca provas para crimes de falsidade ideológica e inscrição fraudulenta praticados por dezenas de moradores de Araranguá.

Araranguá/Ermo – A pedido do Ministério Público, a Polícia Civil de Araranguá investiga denúncias de crimes eleitorais envolvendo dezenas de eleitores das localidades de Soares e Morro do Soares, em Araranguá, que votaram nas eleições para prefeito no município vizinho, em Ermo. Segundo o responsável pela 1ª DP e pelas investigações, o delegado Diego Archer de Haro, na Comarca, esse tipo de crime é bastante corrente, mas a situação dos moradores do Soares chama a atenção pela grande quantidade de eleitores que supostamente usaram de má fé para votar no município vizinho: “Temos casos de moradores de Araranguá que disseram morar em Arroio do Silva e Maracajá e acabaram votando nesses municípios menores também, mas esse caso, onde dezenas votaram no Ermo, é mesmo peculiar”, disse o delegado, que afirma ter assumido as investigações em março do ano passado, quando assumiu a delegacia, mas que o caso está sendo investigado desde o ano de 2008.




Delegado afirma que esse tipo de crime é comum na região, mas que situação em Ermo chama a atenção pela grande quantidade de eleitores envolvidos.

Haro diz que o inquérito é bastante complexo, e que há indícios de que os crimes de inscrição fraudulenta (neste caso, quando o morador afirma que mora em Ermo, e na verdade mora em Araranguá) e falsidade ideológica (também nesse caso, quando um morador de Ermo confirma que o outro eleitor realmente mora em sua casa, quando isso não é verdade) realmente tenham acontecido. Segundo o delegado, a investigação não tem nenhuma relação com denúncia de compra de votos, e a maioria dos eleitores que praticou o ilícito eleitoral afirma que o fizeram por estarem sendo atendidos em suas necessidades – como escola, saúde, transporte escolar – pelo município de Ermo, e não por Araranguá. Para comprovar os crimes, o delegado checou contas de luz, carnês de IPTU, registros de propriedades em cartório e até mesmo convocou as prefeituras para esclarecer questões de limites territoriais. A conclusão do Inquérito deve acontecer em até três meses, quando o delegado decide se indicia os eleitores envolvidos. Depois disso, ele encaminha as conclusões para o Promotor, que decide se formaliza ou não a denúncia. Caso sejam comprovadas as fraudes, os eleitores bem como os moradores que prestaram falsidade ideológica responderão pelo crime na Justiça, e podem pegar até cinco anos de reclusão.




Presidente da Associação de Moradores de Soares diz que atitude prejudica a vinda de benefícios ao bairro araranguaense.


Para a presidente da Associação de Moradores do Soares, Maria da Silva dos Santos, o problema complica a situação do bairro onde mora, já que os eleitores que transferem os votos para Ermo prejudicam o repasse de verbas e a implantação de obras no bairro por parte da prefeitura, que conhece a situação, e por isso, dificulta os repasses: “Eles não percebem que ao votar lá, deixam de trazer benefícios para o bairro”, reclama a presidente da associação. Para ela, é muito bom que o Ministério Público e a Polícia Civil investiguem a situação, para que as fraudes não aconteçam nas próximas eleições: “Quem mora em Araranguá, deve votar em Araranguá. Assim é o certo, e é assim que tem que ser”, finaliza.

Nenhum comentário: