Marinha foi chamada para conter pilotos do equipamento, que não respeitam limites e arriscam a vida de banhistas na orla.
Região – Sempre que chega o verão, problemas referentes a falta de limite de alguns usuários de Jet-skys vem a tona, e tiram o sossego de banhistas e outros usuários das embarcações de esportes de recreio, como lanchas, barcos e outros Jet skys.
O problema é grave, tanto que preocupa o comandante do Corpo de Bombeiros de Araranguá, Capitão Gustavo Campos, que neste sábado, precisou substituir os homens da Marinha do Brasil para atender uma ocorrência diante do Restaurante Orizon, no Morro dos Conventos, onde cinco pilotos de Jet-sky desobedeciam os limites previstos em lei e invadiam a área dos banhistas. Na semana passada, dois Jet skys foram apreendidos e levados para o quartel do CB, já que nem os pilotos nem os veículos possuíam documentos. Esse não foi o caso dos cinco Jet-skys deste sábado, já que todos possuíam a documentação obrigatória. Segundo o comandante, os pilotos com habilitação para trafegar com o equipamento passam por um curso antes de receber a habilitação, e devem conhecer as regras. Mesmo assim, nos verões, elas são extrapoladas: “Tivemos que acionar a Marinha do Brasil para efetuar a fiscalização, já que as ocorrências são muitas”, afirma.
Neste domingo, uma viatura da Marinha do Brasil fez vistorias e rondas pelas praias de Morro dos Conventos e Arroio do Silva. O objetivo, segundo o Sargento Cavalcanti, é coibir os excessos por parte dos praticantes do Jet-sky. Ele passou boa parte do dia de ontem fiscalizando as embarcações de recreio e instruindo os pilotos. A ação, segundo ele, deve se repetir por diversas vezes durante toda a temporada.
Para o Capitão de Corveta da Marinha do Brasil, André Luiz dos Santos e Silva, que atua em Laguna, a fiscalização é complicada, já que sua área compreende municípios praianos muito populosos no verão, como Passo de Torres, Araranguá, Arroio do Silva, Lagoa dos Esteves, Içara, Laguna e Garopaba. O comandante da Marinha explica que as regras para o tráfego das embarcações de lazer estão previstas na Norma de Autoridade Marítima nº 3, que determina que nenhum Jet-sky poderá trafegar a menos de 200 metros de distância das áreas onde ficam os banhistas. Em canais movimentados, a velocidade do equipamento não pode ser superior a seis nós, ou seja, 12Km/h. Sempre que a embarcação for recolhida, deve ser feita de forma perpendicular, nunca a mais que 6 Km/h. O comandante da Marinha lembra também que todo piloto de Jet Sky deve estar habilitado, assim como o equipamento deve ter a documentação exigida por Lei: “Nosso foco é a segurança da navegação, salvaguardando vidas, por isso, intensificamos a fiscalização durante a Operação Verão, que para nós, vai de 19 de dezembro a 07 de março”, explica o comandante, que diz que graças a esse trabalho, na temporada passada não foi registrado nenhum acidente envolvendo Jet-skys, o que vem se repetindo também nesse verão.
Redes de pesca e tráfego de veículos também são problema
Outro problema que vem tirando o sono do comandante do Corpo de Bombeiros de Araranguá são as redes de pesca fixas, que vem causando acidentes entre banhistas e motociclistas. Segundo o comandante Gustavo, estão sendo registrados muitos problemas com as redes nas áreas de banho, o que causou uma reação por parte das autoridades: nessa semana, o Corpo de Bombeiros termina um trabalho de delimitação das áreas de banho da região, que será encaminhado para a Polícia Militar, que deve criar uma Portaria coibindo essa atitude. Aos que desrespeitarem as regras, a pena é de apreensão da rede de pesca e multa.
Também o grande fluxo de veículos na orla tem preocupado as autoridades, que esta semana devem se reunir para resolver o assunto. A fiscalização é de responsabilidade da Polícia Militar, mas são os municípios quem precisam sinalizar as áreas onde o tráfego é proibido.