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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

SOLTEIROS - Viver sozinho: uma opção

O comércio ainda não decidiu se a data é 15 ou 17 de agosto, mas os solteiros podem comemorar

REGIÃO – Se você é daqueles que fica triste no Dia dos Namorados, a semana promete motivos para comemorar: mesmo sem a definição exata da data pelo comércio – alguns dizem que foi na quarta-feira (15), outros que é hoje, o Dia do solteiro já faz parte do calendário de comemorações – e da lista de presentes a ser comprada. Mesmo que o presente dado a você seja comprado por você mesmo.

A filósofa Lilhane Hack, 50, é uma solteira convicta, e vive sozinha. Inteligência, beleza e convites não faltam a ela, que apesar do muito assédio, nunca quis casar. Uma amiga, que não quis se identificar, revela: “No ano passado,um fã veio busca-la para casar com ela na Europa. Ele mora na Espanha, e é um cara bonitão. Pensa que ela quis?”, brinca. Para a mulher solteira, ser dona do seu nariz sem dar satisfação para ninguém é a grande vantagem de nunca ter dito o sim diante do padre ou juiz. Sem filhos, ela diz que às vezes pensa que a vida poderia ser diferente caso optasse em dividir a vida com alguém: “Mas passa logo”, garante. Também acha que ser solteiro ainda é alvo de preconceitos: “Muita gente não entende que é uma opção, e deve ser respeitada”.


Lilhane: Solteirice como opção

Apesar de ainda jovem, o funcionário público Samurai Araújo, 29, não pensa em casar, e ainda mora com a família. Mesmo assim, ele confessa que há momentos em que sente falta de compartilhar a vida com alguém. Mesmo com a convicção em permanecer com o estado civil atual, ele diz que acredita que no fundo, no fundo, a maioria ainda sonha em encontrar o amor de sua vida. Para ele, a liberdade é o maior privilégio da vida solitária: “Gosto de não precisar dar satisfação pra ninguém”, diz. O lado negativo é uma certa exclusão que sente, quando percebido pelos que não compartilham idéias parecidas com as suas.


Apesar de gostar de ser solteiro, Samurai sonha em encontrar o amor de sua vida

O mercado está cada vez mais de olho neste filão: exigentes, os solteiros têm mais condições de economizar, e por isso, podem também adquirir produtos e serviços mais dirigidos aos seus interesses. Pensando nisso, a indústria da construção civil tem planejado imóveis adaptados a pessoas sozinhas, incluindo serviços como passadeira de roupas e café da manhã nos apartamentos de um quarto. Nos restaurantes, porções individuais atraem os solteiros, e a maioria não se importa em pagar mais para consumir pratos de qualidade, já que o preço para apenas uma porção acaba saindo barato, se comparado às refeições servidas à famílias inteiras. Mas a filósofa discorda, e acha que é vítima da exploração mercadológica: “Os tradicionalmente conhecidos como solteirões e solteironas têm sido objeto de desconfiança, temor e de exploração mercantil. No supermercado, quando há embalagens individuais, elas custam o dobro do preço”, critica.

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