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sexta-feira, 14 de maio de 2010
Chuvas isolam comunidades e trazem enchentes
Madrugada foi de alerta para moradores das áreas de risco e Defesa Civil, que monitora bacia do rio Araranguá de hora em hora.
Região – Mais uma vez, a população do Vale vive o medo e a ansiedade do isolamento e da enchente, sobretudo nos municípios margeados pela Bacia do Rio Araranguá, que às 18h, já registrava 2,3 m acima do nível normal, obrigando cerca de 50 famílias da Barranca e da Baixadinha a sair das casas e serem levadas para casas de amigos ou para o abrigo da prefeitura, localizado no salão paroquial da igreja matriz, no centro da cidade. São muitas ruas alagadas, em comunidades próximas ao centro como também em localidades mais distantes, como o bairro Sanga da Toca 2, que sempre sofre problemas de alagamentos quando a precipitação foge um pouco da normalidade. A ressaca no mar complica ainda mais a situação, já que prejudica o livre escoamento das águas do rio Araranguá. Também o lixo e os restos de árvores e galhos trazidos pelo rio intensificam a possibilidade da enchente, que preocupou e mobilizou moradores e Defesa Civil durante esta madrugada. Outra preocupação com o grande volume das chuvas é a possibilidade de deslizamentos, já que o solo está encharcado. Na Unisul, as aulas foram suspensas.
Em Turvo, em 24 horas, choveu 114 mm. Na cidade, diversas comunidades já estavam isoladas ontem pela manhã, e as aulas foram suspensas na EBM Cândido Bom, comunidade de Boa Vsitinha.
Na cidade mais atingida, Timbé do Sul, 11 comunidades estavam isoladas e cerca de 1,5 mil alunos não puderam comparecer às aulas, que foram suspensas, e devem continuar sem aula ainda hoje, já que a situação continua difícil.
Nas comunidades de Barra do Cedro e Jacaré, em Meleiro, as famílias estão isoladas, e os cerca de 70 alunos não puderam frequentar as aulas. Em Morro Grande, não há acesso para a comunidade de Rio do Meio, e o rio Manoel Alves subiu de nível e apresenta muita correnteza, invadindo estradas e plantações.Também não houve aulas nas escolas do município. No Ermo, quatro famílias de moradores de Taquarussu foram retiradas do local, que está invadido pelas águas. Em Jacinto Machado, moradores do bairro Paraguai precisam usar um desvio de 12 quilômetros para chegar ao centro da cidade.
Em Balneário Arroio do Silva, moradores das praias da Caçamba, Maracujá, Lagoinha e Fundo Grande estao isoladas. Também o calçamento de várias ruas foi destruído, prejudicando a mobilidade dos moradores. Até ontem, o balanço da Defesa Civil municipal indicou que 50 casas , quatro prédios públicos e dois comunitários foram atingidos. Pelo menos dez pessoas estão desalojadas no município.
Flagrante da Fúria das águas: bambuzal arrastado pela correnteza do rio Araranguá passa por ponte da Barranca.
Segundo o coordenador da Defesa Civil Regional, Djalma Niles, o órgão, que tem monitorado o rio Araranguá de hora em hora, trabalha com a iminência de enchentes principalmente em Araranguá, onde as 50 famílias já foram retiradas durante a madrugada. Ele diz que o alerta continua hoje, já que as chuvas permanecem, e as águas das chuvas da serra e da região de Criciúma – amplamente atingida pela enchente no dia de ontem, quando, em quatro horas, choveu 70 mm em quatro horas – descem para o oceano através do rio.
Nível do rio Araranguá chegou a 2,30 cm às 18h, obrigando Defesa Civil a retirar cerca de 50 famílias de suas casas, na Barranca e Baixadinha.
Para os moradores das áreas de risco, resta monitorar o rio Araranguá e torcer para que esta enchente não leve tudo o que construíram desde as últimas enxurradas, no ano passado, que aconteceram no intervalo de oito meses. Morador da rua Dona Tereza Cristina, na Barranca, em Araranguá, há 66 anos, Arilton Manoel Costa (66) diz que está acostumado a conviver com as enchentes, e acredita que a solução é a abertura da barra do Rio Araranguá, que ele não acredita que irá acontecer: “Isso é uma briga de mais de 90 anos. Meu avô, que morava no Morro dos Conventos, sempre dizia pra mim que morria ele, morria meu pai, morria eu, e a abertura na barra não iria acontecer.
Morador da Barranca há 66 anos, seu Arilton diz que está acostumado com a enchente, mas cobra a abertura da barra para solução do problema.
Parece que ele tinha razão. Agora, eu dou a palavra aos políticos que nos prometem as coisas e não cumprem. Enquanto isso, o nosso povo fica sofrendo assim”, finaliza.
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