Em quase um mês de prestação do serviço, psicóloga trabalha em 12 casos, cinco dos quais já foram resolvidos. Visitas domiciliares fazem parte do projeto que visa resolver conflitos dentro das famílias.Araranguá – Ao procurar a delegacia, muitas mulheres vítimas de violência doméstica buscam mais do que a intervenção policial: elas pedem ajuda psicológica, e querem uma intervenção no sentido de conciliar para resolver o problema. Pensando nisso, a delegada Eliane Viegas, responsável pela Delegacia da Mulher, em Araranguá, aprovou o projeto apresentado pela investigadora policial e psicóloga Selma Dagostim, que visa trabalhar as famílias envolvidas em problemas de violência doméstica no município. Apesar do pouco tempo, a idéia já mostra estar dando certo: em menos de um mês de atuação, o serviço trabalha 12 casos, sendo que cinco já tiveram um desfecho: “Cada um compreendeu o seu papel no conflito. Dentre os casais, três separaram e dois decidiram permanecer juntos”, conta a psicóloga.
Além das consultas na sala especialmente preparada na Delegacia da Mulher, a psicóloga também presta atendimento domiciliar, em casos de famílias que não podem ou resistem ao tratamento familiar: “Os homens são mais resistentes, inclusive na decisão sobre uma possível separação. Por isso, muitas vezes transferimos o consultório para a sala de visitas da família”, justifica.

Serviço é gratuito, e pode ser feito na casa das famílias vítimas de violência doméstica
Apesar da resistência, os homens também procuram o serviço. Na última semana, foram dois casos: num deles, a mulher abandonou a casa, e no outro, a esposa deu uma surra no marido: “Neste ou em outros casos, o agressor também é encaminhado a tratamento. O que estamos fazendo aqui é uma adequação à Lei, que prevê assistência a essas famílias”, diz.
Para a delegada Eliane Viegas, a idéia está dando tão certo que já está em fase de elaboração um projeto que pretende integralizar as ações do consultório psicológico da DM com outras instituições e entidades que trabalham com o assunto: “O trabalho da polícia não pode se resumir às prisões, a prevenção também é essencial. Somos humanos, precisamos estimular a harmonia nas relações humanas. A solução é a rede de atendimentos, porque nada funciona de maneira isolada”, argumenta.
Para receber a assistência, a mulher agredida ou qualquer membro da família pode procurar a Delegacia da Mulher. Não é necessário registrar a ocorrência. A consulta ou a solicitação da visita domiciliar pode ser agendada na sede da DM de Araranguá, na rua Regimento Barriga Verde, 800, em prédio anexo à Delegacia Regional. Maiores informações pelo fone (48) 3524-0303 ramal 230.